23/11/2017

Série que recomendo: The Kennedys (2011)

O elenco principal de The Kennedys (2011). Da esquerda para a direita: Robert F. Kennedy (Barry Pepper), Ethel Kennedy (Kristin Booth), John F. Kennedy (Greg Kinnear), Jacqueline Kennedy Onassis (Katie Holmes), Joseph P. Kennedy (Tom Wilkinson) e Rose Kennedy (Diana Hardcastle). Imagem: Reprodução. 

     No dia 21 de novembro deste ano eu assisti ao último episódio da série The Kennedys (2011) e é sobre a mesma que eu vou escrever aqui hoje. É uma ótima alternativa para quem gosta de estudar a história dos Estados Unidos e também sobre a família Kennedy, que embora não tenha a influência política e econômica de outrora, possui muitos descendentes vivos.

Cartas de divulgação da série The Kennedys (2011). Imagem: Reprodução. 

     Eu tenho uma lista onde estão listadas as séries que quero assistir. Havia acabado de assistir Gigantes do Brasil (2016) e queria assistir outra série. Como eu sei que as séries que quero assistir não estão sendo exibidas na TV aberta e nem na TV por assinatura, eu comecei a pesquisar em qual site poderia assistir as mesmas gratuitamente. Para minha alegria, encontrei a série The Kennedys (2011) completa  no Youtube e ainda por cima com legendas em português! O canal Cine Filmes Nostalgia foi o responsável por tamanha caridade.

Charlotte Sullivan como Marilyn Monroe em The Kennedys (2011). Imagem: Reprodução. 

     Joseph P. Kennedy (1888-1969) teve nove filhos, mas a série em questão foca apenas em John F. Kennedy (1917-1963) e Robert F. Kennedy (1925-1968). Joseph P. Kennedy Jr. (1915-1944) aparece na série, mas logo sai de cena, assim como Rosemary Kennedy (1918-2005), que tinha transtornos mentais e após passar por uma lobotomia, fica sem falar, sem andar e passa o resto da vida em um hospital psiquiátrico. Na série, Joseph P. Kennedy (Tom Wilkinson) é mostrado como um patriarca controlador e que se preocupa com a reputação da família. Ele é o cérebro por trás de toda a família, sempre engenhoso e vitorioso em quase tudo que faz na esfera política. Queria ser presidente dos EUA, mas não conseguiu realizar este sonho e procurou se realizar nos filhos. Joseph P. Kennedy Jr. (Gabriel Horgan) é mostrado como o filho perfeito (fato que deixava os demais inseguros) e que parecia capaz de chegar à presidência dos EUA. Entretanto, sua morte acaba mudando os planos.
     Com a morte de Joseph P. Kennedy Jr., as expectativas de chegar ao cargo mais alto da política norte-americana cai sobre John F. Kennedy (1917-1963). Greg Kinnear é idêntico ao John F. Kennedy e na série ele ainda está mais parecido com o ex-presidente em questão. Isso sem contar que ele é um ótimo ator e está muito bem no papel que foi incumbido de interpretar. Katie Holmes está super parecida com Jacqueline Kennedy Onassis (1929-1995). Ela foi criticada pelo fato de interpretar uma Jacqueline sem brilho. Entretanto, retratar Jacqueline desta forma foi proposital porque o objetivo foi mostrar uma primeira-dama despreparada para o jogo político da Casa Branca. Como tudo mundo sabe, John F. Kennedy (1917-1963) teve inúmeras amantes e isso é mostrado na série, só não é focado. Jacqueline Kennedy Onassis (1929-1995) sabia das traições do marido, mas fingia não saber de nada. Não a julguem, pois é preciso entender o lado dela: uma mulher de família tradicional e conservadora, casada com um homem cuja família era católica e bastante influente nos EUA. Tal homem havia chegado à presidência dos EUA e ela precisava representar muito bem a sua função de primeira-dama. Desta forma, ela era presa a inúmeras convenções sociais e tudo que ela fazia tinha uma repercussão ainda maior, ao contrário do que acontecia com outras mulheres que não ocupavam a mesma posição que ela. Pode e não foi a única, mas com certeza Marilyn Monroe (1926-1962, interpretada por Charlotte Sullivan na série) foi a amante mais conhecida de John F. Kennedy (1917-1963). Na série, ela é mostrada como uma mulher de apetite sexual irrefreável, dando em cima até de Robert F. Kennedy (Barry Pepper), que era casado. A cena épica onde Marilyn Monroe (1926-1962) canta Happy Birthday to You para John F. Kennedy até foi gravada pelos atores, mas infelizmente foi cortada na edição final. Os responsáveis afirmaram que a cena não tinha muita relação com o restante da história. A morte de Marilyn é mostrada na série e até hoje ninguém sabe ao certo o que aconteceu. Na série, boatos tentam culpar John F. Kennedy pela morte de Marilyn. Tais boatos diziam que eles eram amantes (o que não é mentira) e que Marilyn poderia atrapalhar a carreira política de John. E justamente por isso que era preciso tirá-la do caminho. Até hoje há quem acredita que os Kennedys são os responsáveis pela morte de Marilyn Monroe.

Comparação entre o Robert F. Kennedy da vida real (à esquerda) e o Robert F. Kennedy interpretado por Barry Pepper em The Kennedys (2011) (à direita). Muito parecidos? Imagem: Reprodução. 

     Outro protagonista de The Kennedys (2011) é o Robert F. Kennedy (Barry Pepper). Durante o governo Kennedy (1960-1963), foi o Procurador Geral dos Estados Unidos. Na série, ele é mostrado como alguém inseguro, sem muita capacidade para o cargo a qual foi designado e que está sempre a sombra do irmão e/ou do pai. Aliás, é Robert quem "limpa a barra" do presidente Kennedy muitas vezes, principalmente quando o mesmo comete as suas muitas "puladas de cerca". Apesar dos problemas que vez ou outra afetam a vida do casal, Robert é também mostrado como um homem fiel e apaixonado pela esposa Ethel Kennedy (Kristin Booth) e amoroso com os numerosos filhos (ele teve onze filhos e quando foi assassinado, a esposa estava a espera do 11º bebê).

O presidente Kennedy, a primeira-dama Jacqueline Kennedy Onassis e o então governador do Texas John Connally (1917-1993) na limousine presidencial, minutos antes do assassinato de Kennedy. Imagem: Reprodução. 

     Com relação à morte de John F. Kennedy, a série mostra como as coisas foram feitas segundo as investigações. Porém, a mesma não adota uma versão com relação ao assassinato de Kennedy. Ao invés disso, a série mostra as várias razões que teriam motivado o assassinato do então presidente dos EUA. Coisa semelhante é feita com relação ao assassinato de Robert F. Kennedy, em 1968. Ele era senador e tinha tudo para ser mais um Kennedy a chegar à presidência dos EUA. O que motivos os assassinatos em questão? Adversários políticos que temiam ser vencidos por eles? Um suposto envolvimento com a máfia? Foram os mafiosos insatisfeitos com o combate à máfia executado Robert F. Kennedy que o mataram? Será que a razão foi o fato de John e principalmente Robert F. Kennedy estarem dispostos a combater a discriminação racial nos EUA? São perguntas que jamais saberemos a resposta. Em The Kennedys (2011), Robert F. Kennedy se sente culpado pela morte do irmão, uma vez que combateu os mafiosos, possíveis responsáveis pelo assassinato de John F. Kennedy. Em uma tentativa de se redimir da culpa que sente, Robert F. Kennedy passa a cuidar da segurança de Jacqueline e de seus filhos. A série mostra um carinho muito grande entre ambos, levando alguns espectadores a interpretarem de outra forma. Eu não sabia, mas pesquisando para escrever esse texto, eu soube que produziram a série The Kennedys After Camelot (2017). A mesma é uma continuação da série de 2011 e é baseada no livro Jackie, Ethel and Joan: Women of Camelot (2000), de J. Randy Tarraborelli. Na série em questão, Katie Holmes retoma o papel de Jacqueline Kennedy Onassis, ao passo Matthew Perry interpreta Ted Kennedy (1932-2009). Já Alexander Siddig interpreta Aristóteles Onassis (1906-1975) e Kristen Hager interpreta Joan Bennett Kennedy.

Conclusão

     The Kennedys (2011) é uma série bem escrita, bem dirigida e com um bom elenco. Destaque para as sequências que narram a Invasão da Baia dos Porcos (1961) e a Crise dos Mísseis (1962), onde os diretores e atores levam o telespectador a sentir a tensão que tais eventos causaram. Por conta do formato narrado para a série, nem tudo o que está ali aconteceu de fato. Entretanto, isso não tira o mérito da série em questão, que eu recomendo para quem gosta de História e quer saber mais sobre a história dos EUA e da própria família Kennedy que, mesmo não tendo a influência política e econômica de outrora, possuem uma tradição que ainda hoje desperta a curiosidade de muita gente. 

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