Manifestação organizada por centrais sindicais no dia 20/08/2015, em São Paulo. Foto: Daniel Teixeira/Estadão Conteúdo. |
Este texto é fruto de experiências vividas por mim e também por experiências que me foram contadas acerca da esquerda brasileira.
1 - Saia da bolha: a maioria dos movimentos de esquerda só falam para os seus. Eu já fui em inúmeros eventos organizados por pessoas de esquerda e o público presente eram basicamente militantes. Se estamos falando de favelas, cadê aquele senhor que praticamente viu a favela nascer? Cadê aquela mãe cujo filho foi assassinado pela PM? Cadê aquele jovem que é abordado pela polícia toda vez que sai de casa para trabalhar?
2 - Retome o trabalho de base: este tópico está relacionado ao primeiro. Ao longo da história o trabalho de base foi muito usado pela esquerda. Aliás, foi o trabalho de base que fez do PT (Partido dos Trabalhadores) no maior e mais importante partido de esquerda da América Latina. Nos últimos anos, a esquerda abandonou este trabalho e o que se vê é o avanço da extrema-direita no Brasil. Retomar o trabalho de base é algo de vital importância nestes tempos sombrios;
3 - Não trate o adversário político como inferior: vi muitas pessoas nas eleições presidenciais de 2018 tratando os eleitores do Bolsonaro como pessoas sem conhecimento e desprovidos de cultura política. Nem todos que votaram no Bolsonaro são alienados ou coisa parecida. Alguns tinham a plena consciência do que estavam fazendo. Pare de agir como um ser de luz que tem a missão de iluminar os demais;
4 - Ato por si só não resolve nada: nos últimos tempos a esquerda tem ido para as ruas com muita frequência para manifestar a insatisfação contra os desmandos do governo, algo legítimo e que tem o meu apoio. Fizeram a manifestação, mas e depois? O que fazer? Havia um trabalho sendo realizado antes da manifestação? Protesto por si só não resolve muita coisa.
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